sábado, 8 de novembro de 2025
Filmografia Randolph Scott
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
A Heroína do Texas
quinta-feira, 6 de novembro de 2025
No Tempo das Diligências
O filme também tem todas as características que criaram a fama do cinema de John Ford. A produção foi rodada no cenário mais famoso de sua filmografia, o Monument Valley. Foi a primeira vez que Ford filmou no local e ficou tão fascinado pelo resultado na tela que resolveu voltar lá inúmeras vezes nos anos seguintes, como por exemplo, em "Paixão dos Fortes", "Sangue de Heróis", "Legião Invencível", "Caravana de Bravos", "Rio Bravo", "Rastros de Ódio", "Audazes e Malditos" a até mesmo em seu último faroeste, "Crepúsculo de Uma Raça". O personagem Ringo Kid foi escrito para ser estrelado inicialmente pelo ator Gary Cooper. Já a prostituta Dallas foi criada para ser interpretada pela famosa atriz Marlene Dietrich.
Curiosamente ambos foram descartados do projeto por não terem acertado um cachê adequado ao orçamento do filme. Ford assim escalou John Wayne e Claire Trevor para os personagens, algo que consideraria anos depois um grande acerto pois os dois estão muito bem em cena. Também visando economizar o diretor acabou contratando índios Navajos para a formação do bando Apache de Gerônimo. Tantas economias e cortes de custo acabou virando uma marca registrada da produção que apesar de ser bem simples e direta também é muito eficiente e marcante. Hoje "No Tempo das Diligências" é considerado um dos grandes clássicos do gênero western, de forma muito merecida aliás.
No Tempo das Diligências (Stagecoach, Estados Unidos, 1939) Direção: John Ford / Roteiro: Ernest Haycox, Dudley Nichols / Elenco: John Wayne, Claire Trevor, Andy Devine, John Carradine, George Bancroft / Sinopse: Diligência com sete passageiros tenta atravessar uma região dominada pelo violento e hostil bando do famoso chefe Gerônimo. Vencedor do Oscar nas categorias de melhor ator coadjuvante (Thomas Mitchell) e melhor canção. Indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, diretor, direção de arte (Alexander Toluboff), fotografia em preto e branco (Bert Glennon) e Edição (Otho Lovering e Dorothy Spencer). Vencedor do prêmio de melhor direção (John Ford) pela associação dos críticos de cinema de Nova Iorque.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 3 de novembro de 2025
Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 11
quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Por Um Punhado de Dólares
Esse é um dos grandes clássicos do chamado western spaghetti. O termo que pode até soar engraçado hoje em dia se refere aos faroestes produzidos e rodados na Itália com atores e equipe técnica daquele país, muitas vezes usando pseudônimos americanizados. Como se sabe o Western é um gênero tipicamente norte-americano pois o tema central é justamente a conquista do oeste daquela nação. Os italianos porém não se importaram muito com esse detalhe e a partir da década de 60 intensificaram a produção desse tipo de filme. Além da nacionalidade outras características distinguem bem os filmes italianos dos americanos. A ação é bem mais incessante, não há muita preocupação com roteiros bem elaborados e as interpretações tendem ao exagero, com vilões cartunescos e muita violência. Esse "Por Um Punhado de Dólares" tem tudo isso mas também é uma fita diferenciada. Essa singularidade tem nome: Sergio Leone. Cineasta talentoso, hábil, ele mostra nesse filme porque ainda hoje é um considerado um dos grandes mestres do cinema.
O uso de tomadas ousadas, cenas com muito clima e detalhes, além da combinação muito bem realizada entre trilha sonora e ação fizeram toda a diferença do mundo. As cenas de violência não são ainda tão bem elaboradas como às que veríamos em futuros trabalhos assinados pelo diretor mas aqui já há nitidamente um esboço de seu estilo e forma de trabalhar. O roteiro simplório não impede que Leone consiga mostrar grandes feitos em sua direção. O próprio duelo final é um exemplo, com ótima edição e enquadramento. Para coroar ainda mais esse faroeste temos a presença de um dos grandes atores desse gênero: Clint Eastwood. Aqui ele interpreta o pistoleiro sem nome que chega numa cidadezinha empoeirada no meio do deserto. O local é disputado por dois grupos rivais, ambos violentos e extremamente armados. O personagem de Eastwood então resolve tirar proveito dessa rivalidade. O que se sucede são muitos tiroteios, duelos e cenas de ação bem ao estilo do western spaghetti. A trilha sonora de Ennio Morricone pontua cada cena, cada tensão, cada troca de tiros. Parece ser onipresente. A conclusão que se chega ao final de sua exibição é que embora muitos aspectos do filme estejam datados e ultrapassados ele ainda resiste como um excelente exemplo do tipo de cinema que se realizava na Itália durante a década de 60. Além disso é um ótimo testemunho do talento de Sergio Leone, um diretor de muito tato e inspiração.
Por Um Punhado De Dólares (Per un pugno di dollari, Itália, 1964) Direção: Sergio Leone / Roteiro: A. Bonzzoni, Víctor Andrés / Elenco: Clint Eastwood, Gian Maria Volonté, Marianne Koch / Sinopse: Clnt Eastwood interpreta o pistoleiro sem nome que chega numa cidadezinha empoeirada no meio do deserto. O local é disputado por dois grupos rivais, ambos violentos e extremamente armados. O personagem de Eastwood então resolve tirar proveito dessa rivalidade.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 27 de outubro de 2025
Audie Murphy e o Western - Parte 3
Sua estreia no cinema se deu em 1948. Era quase um teste que a United Artists fazia com ele, para ver se Audie levava jeito com a câmera. O filme se chamava "Viver Sonhando" e não era um filme de guerra e nem um faroeste. Dirigido por William Castle, um diretor e produtor especialista em filmes B, esse era um romance açucarado, onde Murphy não tinha muito espaço. Seu personagem tinha uma participação mínima dentro da trama e como já foi escrito tudo não passou de um teste para saber como Audie Murphy aparecia na tela grande dos cinemas.
Apesar de não ter sido grande coisa ele acabou sendo aprovado. Castle disse aos executivos do estúdio que ele levava jeito para a atuação. A única observação que ele disse para os produtores é que não o escalassem mais para filmes românticos, já que Audie Murphy definitivamente não fazia o tipo galã ao estilo Rock Hudson. Ele se sairia melhor interpretando caras comuns em situações excepcionais, que colocavam em desafio seus valores e sua bravura. A Paramount entendeu o recado e contratou Audie Murphy para um novo filme que estava prestes a ser produzido.
O filme se chamava "Código de Honra". Dirigido por John Farrow e estrelado pelo astro
Alan Ladd (de "Os Brutos Também Amam") esse filme era bem mais adequado para Murphy. Era um drama de guerra, passado nos campos de batalha da Tunísia, onde foram travados alguns dos mais sangrentos combates entre forças inimigas. A história girava em torno do capitão Rockwell 'Rocky' Gilman (Ladd) e suas idas e vindas entre os Estados Unidos e a Tunísia, a grande paixão de sua vida e as tentativas de ter um recomeço na vida. Audie Murphy interpretava um jovem cadete de West Point chamado Thomas. Foi a primeira vez que ele usou o mesmo uniforme militar com que tinha lutado na guerra em um filme. Uma prévia do que viria em sua carreira nos anos seguintes.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 23 de outubro de 2025
A Glória de um Covarde
Título Original: The Red Badge of Courage
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Huston
Roteiro: John Huston
Elenco: Audie Murphy, Bill Mauldin, Douglas Dick
Sinopse:
Henry Fleming (Audie Murphy) é um jovem soldado ianque durante a guerra civil americana. Seu regimento se prepara há tempos para entrar em combate mas esse dia sempre é adiado. Ao contrário de seus colegas de tropa, Fleming teme por sua vida no campo de guerra. Durante sua primeira batalha ele entra em pânico e com medo de morrer sai correndo do front. Isso lhe traz uma crise de consciência terrível que faz com que ele volte para enfrentar o inimigo com uma bravura jamais vista no fogo cruzado entre os soldados do norte e seus inimigos, os confederados do sul. Indicado ao BAFTA Awards na categoria Melhor Filme.
Comentários:
Uma pequena obra prima assinada pelo mestre John Huston. O cineasta resolveu roteirizar o famoso livro de autoria de Stephen Crane que explora os medos e anseios de um soldado comum durante a guerra civil americana. A estória se passa em 1862 e o enredo se desenvolve todo em apenas dois dias na vida daqueles homens. O grande diferencial desse "The Red Badge of Courage" em relação a outros filmes sobre a guerra civil da época é que ele desenvolve excepcionalmente bem a personalidade do jovem soldado, mostrando seus pensamentos, seu receio e o terror frente ao inimigo e por fim sua redenção gloriosa. Todos os membros do pelotão são muito bem desenvolvidos psicologicamente e isso mostra muito bem como Huston era um gênio do cinema, um diretor realmente diferenciado. Em uma época em que os filmes de western mostravam homens bravos, sem máculas, ele ousou realizar um filme mostrando um sujeito com muitas dúvidas, agindo até mesmo como um covarde, temeroso por sua vida e seu destino. Outro aspecto digno de nota é a interpretação do ator Audie Murphy. Ele mesmo um veterano de guerra, se mostra excepcional em cena, algo que vai surpreender a muitos que o consideravam apenas como um ator mediano de faroestes B. Enfim, temos mesmo aqui uma obra de arte com a assinatura do genial Huston. Um belo filme que vai agradar em cheio os admiradores do mais americano dos gêneros cinematográficos.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 21 de outubro de 2025
Contos de Western: Choque de Ódios
segunda-feira, 20 de outubro de 2025
A Floresta Maldita
Jim Fallon (Kirk Douglas) é um madeireiro astuto e falastrão que após ter vários problemas na costa leste resolve ir até as fronteiras do oeste selvagem em busca de novas florestas para devastar e fazer fortuna. Chegando na Califórnia ele encontra uma rica reserva natural, mas encontra obstáculos para colocar as mãos em toda a matéria prima pois a terra é disputada por madeireiros rivais e um grupo religioso que pretende preservar as milenares árvores do local. Se fazendo passar por um rico milionário que quer apenas preservar a rica floresta ele acaba conseguindo finalmente a posse da mata. Depois ele terá que escolher entre explorar comercialmente a madeira do local ou ouvir sua consciência deixando intacta a floresta e suas árvores suntuosas e majestosas. Esse “A Floresta Maldita” tem um roteiro ecológico, e isso muitas décadas antes da ecologia virar moda. Claro que a consciência de se preservar as florestas não tem a mesma abrangência do que atualmente se vê, mas mesmo assim o roteiro tenta de todas as formas mostrar que também é importante preservar a riqueza natural por sua importância para as futuras gerações. Afinal, se toda aquela floresta for derrubada, não haverá mais nada a se explorar ou ver nos anos futuros.
Embora seja um filme muito bem intencionado nesse aspecto, “A Floresta Maldita” também apresenta problemas. Em vários momentos a estória se torna truncada e mal desenvolvida, há um excesso de detalhes jurídicos envolvendo a trama que só a torna cansativa e arrastada. O roteiro perde muito potencial discutindo quem seria o verdadeiro possuidor da floresta e quem teria o direito de explorar toda aquela madeira. O personagem de Kirk Douglas, por exemplo, passa quase todo o tempo tentando driblar a lei, forjando documentos falsos ou então elaborando novas fraudes para tomar conta de tudo. Isso acaba deixando o ritmo um pouco arrastado e repetitivo.
As coisas de fato só melhoram mesmo quando o filme finalmente vai se aproximando de seu final. A questão jurídica é deixada de lado para apostar em boas cenas de ação. Na melhor delas o personagem de Kirk Douglas, tal como um Indiana Jones do faroeste, pula em cima de um trem em movimento que caminha para o abismo. Sua intenção é salvar a mocinha, separar o vagão onde ela está do restante da locomotiva e parar o mesmo, antes que atravesse uma ponte de madeira sabotada! Ufa! Cenas como essas literalmente salvam o filme da primeira parte mais arrastada. No saldo final poderia realmente ser bem melhor, mas do jeito que está, até que diverte, apesar de alguns erros. Fica então a recomendação para os cinéfilos fãs do bom e velho Kirk Douglas.
A Floresta Maldita (The Big Trees, Estados Unidos, 1952) Direção: Felix E. Feist / Roteiro: John Twist, James R. Webb / Elenco: Kirk Douglas, Eve Miller, Patrice Wymore / Sinopse: Inescrupuloso e ganancioso madeireiro vai até a Califórnia com o objetivo de devastar uma rica floresta local. A tarefa porém não será nada fácil pois ele terá que enfrentar um grupo religioso que luta pela preservação da natureza e comerciantes de madeira rivais.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 16 de outubro de 2025
Gary Cooper - Biografia
Biografia
Gary Cooper nasceu em 7 de maio de 1901, em Helena, no estado de Montana, Estados Unidos. Seu nome de batismo era Frank James Cooper. Filho de pais ingleses, passou parte da infância estudando na Inglaterra antes de retornar aos EUA. Após tentar a carreira de ilustrador e trabalhar em um rancho, mudou-se para Los Angeles, onde começou a trabalhar como figurante em filmes mudos. Sua aparência rústica, o carisma natural e o jeito reservado logo chamaram a atenção dos produtores.
Estréia no cinema – Primeiros filmes
Cooper iniciou sua carreira cinematográfica no final da década de 1920, atuando como figurante em produções de faroeste. Seu primeiro papel de destaque foi em O Álamo – O Despertar de uma Nação (The Winning of Barbara Worth, 1926), ao lado de Ronald Colman e Vilma Banky. O sucesso do filme lhe abriu as portas para papéis maiores nos anos seguintes, já na era do cinema sonoro.
Auge e sucesso em Hollywood
Durante as décadas de 1930 a 1950, Gary Cooper consolidou-se como um dos maiores astros de Hollywood. Sua persona cinematográfica era a do homem íntegro, corajoso e de fala calma — um verdadeiro símbolo do herói americano. Atuou em dramas, romances e, principalmente, em faroestes, gênero no qual se destacou por papéis que valorizavam a honra e o dever moral.
Principais filmes da carreira
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Sargento York (Sergeant York, 1941)
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A Mulher Faz o Homem (Mr. Deeds Goes to Town, 1936)
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Por Quem os Sinos Dobram (For Whom the Bell Tolls, 1943)
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Matar ou Morrer (High Noon, 1952)
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Adeus às Armas (A Farewell to Arms, 1932)
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O Galante Aventureiro (Beau Geste, 1939)
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O Ídolo de Cristal (The Pride of the Yankees, 1942)
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O Homem do Oeste (Man of the West, 1958)
Últimos filmes
Nos últimos anos de sua carreira, Cooper enfrentou problemas de saúde, mas continuou atuando. Seus últimos trabalhos incluem O Homem do Oeste (Man of the West, 1958) e O Prêmio (The Naked Edge, 1961), lançado após sua morte.
Filmes de western estrelados por Gary Cooper
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O Álamo – O Despertar de uma Nação (The Winning of Barbara Worth, 1926)
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A Legião do Deserto (The Plainsman, 1936)
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A História de Frank James (The Westerner, 1940)
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Rio Vermelho (Along Came Jones, 1945)
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Matar ou Morrer (High Noon, 1952)
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O Homem do Oeste (Man of the West, 1958)
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Dallas, Cidade do Ódio (Dallas, 1950)
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Vera Cruz (Vera Cruz, 1954)
Vida Pessoal
Gary Cooper casou-se em 1933 com Veronica Balfe (conhecida como Sandra Shaw), uma socialite e atriz ocasional. O casal teve uma filha, Maria Cooper. Apesar da imagem pública de homem íntegro, Cooper teve relacionamentos extraconjugais notórios com atrizes como Clara Bow, Lupe Vélez e Patricia Neal. Era conhecido por sua discrição e vida reservada fora dos estúdios.
Morte do ator
Gary Cooper faleceu em 13 de maio de 1961, em Beverly Hills, Califórnia, vítima de câncer de próstata, apenas seis dias após completar 60 anos. Sua morte causou grande comoção em Hollywood e entre o público, sendo lembrado como um dos últimos símbolos da era de ouro do cinema clássico americano.
Prêmios e Reconhecimentos
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Oscar de Melhor Ator por Sargento York (1941)
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Oscar de Melhor Ator por Matar ou Morrer (1952)
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Oscar Honorário (1961) pelo conjunto da obra
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Globo de Ouro de Melhor Ator por Matar ou Morrer (1952)
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Estrela na Calçada da Fama de Hollywood
Legado
Gary Cooper é lembrado como um dos maiores ícones da história do cinema americano. Sua atuação contida, natural e carismática influenciou gerações de atores, incluindo Clint Eastwood e Kevin Costner. Representou, em seus papéis, o ideal do herói americano — corajoso, justo e de princípios firmes. Até hoje, é símbolo do faroeste clássico e do cinema de integridade moral e simplicidade.








