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terça-feira, 2 de setembro de 2025

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 8

O último filme de John Wayne em 1932 foi "Ouro Mal-assombrado" (Haunted Gold), faroeste dirigido por Mack V. Wright.  O mais curioso dessa produção é que o roteiro tinha também elementos de filmes de horror! Foi um dos primeiros filmes de Hollywood que procuravam mesmo reunir dois gêneros cinematográficos em um só! Já que o terror e o faroeste eram bem populares porque não tentar fazer uma produção que tivesse o melhor dos dois lados? E assim foi feito. Aqui John Wayne interpreta John Mason, Ao lado de Janet Carter (Sheila Terry) ele recebe uma carta convidando para ir até uma cidade fantasma onde supostamente existiria uma mina abandonada, com um tesouro escondido em seu interior. Claro que isso também desperta a ganância de bandidos que correm para colocar as mãos na fortuna. O mais curioso desse roteiro é que havia também um personagem fantasma que acabava ajudando Wayne e sua companheira em sua aventura mina adentro. Foi a primeira e única vez que Wayne flertou com o terror em toda a sua longa filmografia. Ficou muito interessante, é inegável dizer.

Em 1933 John Wayne foi novamente contratado pelo estúdio Warner Bros para estrelar o filme "Na Trilha do Telégrafo" (The Telegraph Trail). Era mais um faroeste, só que no estilo mais tradicional. Nada de muito diferente das outras fitas de matinê da época. No enredo John Wayne interpretava um empregado da companhia de telégrafos que era enviado para o velho oeste para descobrir o que estaria por trás de uma série de atos criminosos que colocavam abaixo os postes e os fios do telégrafo. Acabava descobrindo que um rancheiro inescrupuloso estava manipulando nativos indígenas para destruir as instalações, dizendo que aquilo seria usado pelo homem branco para ajudar na destruição das tribos. Uma fita bem escrita, contando novamente com a presença do cavalo amestrado Duke, que fazia a alegria da garotada nos cinemas.

Poucos sabem, mas John Wayne também participou de uma versão americana de "Os Três Mosqueteiros". Só que ao invés de espadachins e membros da guarda real da dinastia francesa dos Bourbons, o que se via na tela eram soldados americanos em aventuras no Oriente Médio. O filme se passava numa exótica Arábia, com heroísmo por parte dos militares da famosa Legião Estrangeira. John Wayne interpretava um personagem chamado Tom Wayne (bem sugestivo não é mesmo?), que se via às voltas com um vilão conhecido como El Shaitan, um facínora que espalhava terror nas pequenas comunidades ao longo das areias do deserto. O curioso é que a produção do estúdio Mascot Pictures (que faliu há anos) era simples e econômica. Assim os arredores de Los Angeles serviram de locação, até porque segundo o diretor Colbert Clark o deserto da Califórnia poderia ser tão quente e inóspito como o próprio Saara (e ele tinha razão nesse ponto!)

Por essa época John Wayne estava disposto a atuar em todo e qualquer filme que tivesse algum atrativo para o público mais jovem. Depois de aventuras nas areias do deserto ele virou um heroico piloto de aviação em "Atração dos Ares". Esse tipo de filme tinha um apelo comercial forte na época, até porque "Asas", que era bem semelhante, foi o principal vencedor da primeira premiação do Oscar! No enredo dois aviadores irmãos disputavam não apenas o prêmio de melhor piloto do mundo como também o coração de uma paraquedista chamada Jill Collins. Essa aliás foi uma das primeiras personagens femininas com ares de independência. Interpretada pela atriz Sally Eilers a Jill tinha personalidade forte e não se curvava aos meros caprichos dos homens. 

Em 1933 John Wayne atuou no faroeste "Na Terra de Ninguém" (Somewhere in Sonora. EUA, 1933). Filme dirigido por Mack V. Wright na Warner Bros. Mais uma vez o bom e velho John Wayne adotou um figurino à la Tom Mix, com aquele enorme chapéu branco de cowboy. Ele interpretou um personagem chamado John Bishop. Preso de forma injusta ele acaba sendo ajudado por um homem do campo chamado Bob. Em troca e como forma de gratidão resolve ajudar o rancheiro a procurar seu filho, há muitos anos desaparecido. Uma péssima ideia já que o rapaz estaria envolvido com problemas legais, inclusive estando na mira de uma quadrilha sanguinária de bandoleiros.

Depois de mais um western o ator decidiu mudar um pouco os ares. A procura por algo diferente veio com o filme "Viver na Morte" (The Life of Jimmy Dolan, EUA, 1933). De forma sintética poderíamos dizer que se tratava de um drama esportivo, com espaço também para um pouco de suspense. John Wayne interpretava um boxeador (não era a primeira vez que tinha um papel como esse). Seu personagem era bom de punhos e se chamava Jimmy Dolan. Durante uma festa ele acaba matando um homem de forma acidental. Para não ser preso decide fugir para o interior. Ao chegar numa pequena cidade termina adotando o nome de Jack Dougherty. Nos arredores da cidadezinha arranja trabalho numa fazenda de ajuda a pessoas inválidas, doentes, deficientes físicos, etc. O lugar administrado pela bela Peggy e pela honesta Sra. Moore, acaba mudando a forma como Jimmy via o mundo. Seu olhar cínico acaba cedendo ao descobrir que havia pessoas boas, tentando fazer o melhor possível para ajudar outras pessoas, carentes e precisando de ajuda especial. Uma mudança e tanto de vida. Esse é seguramente um dos melhores momentos de John Wayne no cinema na década de 1930, infelizmente sendo pouco lembrado nos dias de hoje.

Nos anos 30 os atores faziam um filme atrás do outro. Mal dava tempo para mudar os figurinos, como se brincava na época nos bastidores. Mal John Wayne havia feito o drama com toques sociais "Viver na Morte" ele voltava à ativa para atuar em "Serpente de Luxo" (Baby Face, EUA, 1933). A verdadeira estrela do filme era a loira platinada Barbara Stanwyck, ainda em começo de carreira. John Wayne por seu lado deixava os trajes surrados de cowboy de lado para aparecer de traje à rigor, superfino e na moda. Nem parecia o velho rancheiro de tantos filmes. O roteiro explorava a vida de uma mulher que em determinado momento de sua vida decidia se vingar de todos os homens que a tinham prejudicado no passado, dando a volta por cima. É o que certa vez o diretor Alfred E. Green chamou de "Suspense champagne", uma trama envolvendo crimes na alta sociedade.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 7

Em 1932 John Wayne voltou para os filmes de faroeste. A fita da vez se chamava "Pena de Talião" (Ride Him, Cowboy). Com direção de Fred Allen e roteiro escrito pela dupla Kenneth Perkins e Scott Mason, esse western de matinê era mais um passo para que Wayne se tornasse um verdadeiro astro de cinema. Esse também foi um dos primeiros trabalhos de Wayne na poderosa Warner Bros, conhecido estúdio que sempre caprichava em suas produções.

O enredo era simples. John Wayne interpretava um cowboy chamado John Drury. Em uma cidade do velho oeste ele encontrava todos os tipos de gente, desde a mocinha romântica em perigo, até um grupo de bandoleiros sob ás ordens do manda chuva do lugar. Conforme podemos ver no poster original um destaque dessa fita era a presença do cavalo treinado Duke, um alazão muito bonito e forte, que acabou roubando várias cenas do próprio John Wayne. O curioso é que embora tenha se tornado um dos astros mais populares desse tipo de filme, ele nunca teria um cavalo ligado ao seu mito, como aconteceu por exemplo com Roy Rogers e Trigger. Ao invés disso preferiu deixar os animais de seus filmes em segundo plano, com exceção talvez única desse filme onde o "Duke" ganhou espaço até mesmo no cartaz da fita.

No filme seguinte, "A Grande Estirada" (The Big Stampede, Estados Unidos, 1932), John Wayne  interpretou um xerife, John Steele. Em um lugar remoto no meio do deserto, sem homens para apoiá-lo na captura de um violento pistoleiro e sua quadrilha, ele se vê forçado a recrutar cowboys comuns, alguns até mesmo com histórico de prisão, para enfrentar os demais criminosos. Esse foi outro filme de Wayne na Warner Bros, outra fita rápida com apenas 54 minutos de duração. Com direção de Tenny Wright e roteiro escrito a partir do conto "The Land Beyond the Law" de  Marion Jackson, o filme era mais um a ser exibido em matinês por cinemas em toda a América. A estratégia de lançamento desse tipo de produção era simples e lucrativa. Os filmes eram exibidos geralmente em sessões duplas, com outras produções, a preços promocionais. Baratos e altamente lucrativos, fizeram a fortuna de muitos produtores na época.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 6

Em 1932 John Wayne atuou no filme "Cavaleiro do Texas" (Texas Cyclone). A direção dessa fita foi do cineasta  D. Ross Lederman. Wayne era até então apenas o quarto nome do elenco, bem atrás do verdadeiro astro do faroeste, o cowboy Tim McCoy. Era um filme de matinê, uma fita rápida de apenas 60 minutos de duração. A  Columbia Pictures estava investindo bastante nesse tipo de produção, exibida para o público jovem, com preços promocionais. Filmes de orçamentos pequenos que traziam lucro certo a cada exibição. Dentro da carreira de John Wayne não trouxe muito em termos de qualidade, mas serviu para deixá-lo na ativa, trabalhando e se tornando mais familiar para o público espectador. Quanto mais conhecido ele ia ficando, melhor!

John Wayne se saiu tão bem na fita anterior que foi logo escalado para outro bang-bang de Tim McCoy. Esse segundo filme, também rodado e lançado em 1932 se chamava "A Lei da Coragem" (Two-Fisted Law). O roteiro era bem simples, mas movimentado e divertido. No centro da trama tínhamos um pacato rancheiro que acaba se vendo no meio de uma disputa por prata nas montanhas próximas de sua propriedade rural. Curiosamente nesse filme John Wayne usou o nome de Duke, que nomeava seu personagem e que também era o seu apelido pessoal, bem conhecido de todos que frequentavam sua recém comprada casa em Hollywood. O Duke do roteiro foi levado pelo próprio Duke, ou seja, ele mesmo, John Wayne.

Depois de dois filmes de western John Wayne resolveu variar um pouco aparecendo no drama esportivo "Homem de Peso" (Lady and Gent). Dirigido por Stephen Roberts essa produção foi a primeira da carreira de John Wayne a ser indicada a um Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (indicação dada aos talentosos roteiristas Grover Jones e William Slavens McNutt). Wayne interpretava um boxeador chamado Buzz Kinney. Após concluir a escola ele entrava para o mundo dos ringues, mas logo descobria que se tornar um campeão não dependia apenas de seus talentos e golpes, mas também de um intenso jogo de interesses envolvendo apostadores e membros da máfia.

E por falar em bons roteiros, a fita seguinte de John Wayne chamada "O Expresso da Aventura" também era muito bem escrita. O enredo mostrava um trem, onde um crime era cometido. As suspeitas iam para um estranho assassino conhecido apenas como "The Wrecker". John Wayne, ainda bem jovem, interpretava Larry Baker, um investigador que chegava no trem para descobrir o verdadeiro assassino. Com ecos de Agatha Christie, o filme ainda hoje é admirado pelas boas doses de suspense.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

O Primeiro Rebelde

Título no Brasil: O Primeiro Rebelde
Título Original: Allegheny Uprising
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: William A. Seiter
Roteiro: P.J. Wolfson
Elenco: Claire Trevor, John Wayne, George Sanders, Brian Donlevy, Robert Barrat, Moroni Olsen

Sinopse:
A história do filme se passa antes da independência dos Estados Unidos. Em 1759, no Vale Allegheny, na Pensilvânia, colonos locais e combatentes indígenas tentam persuadir as autoridades britânicas a proibirem por meio da lei o comércio clandestino de álcool e armas com índios saqueadores da região.

Comentários:
Faroeste B rodado na RKO. John Wayne, ídolo das matinês dos filmes de western, estava prestes a fazer o primeiro grande filme de sua carreira chamado "No Tempo das Diligências". Importante explicar que esse western aqui foi filmado antes do grande clássico, mas só chegou nos cinemas depois, aproveitando todo o sucesso de público e crítica da obra-prima assinada por John Ford. De qualquer forma é bom explicar que não há nada de excepcional a se conferir nesse "O Primeiro Rebelde" a não ser algumas boas cenas de ação. No geral é mais uma produção em série das muitas que John Wayne filmou nessa fase de sua carreira. A fase dos grandes faroestes, clássicos imortais do cinema, só viria um pouco mais tarde em sua carreira.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de julho de 2025

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 5

O filme "A Grande Jornada" colocou John Wayne em primeiro plano em Hollywood. Esse filme porém não significou um pulo imediato rumo ao estrelato. Wayne ainda precisaria ralar mais um pouco para se tornar um verdadeiro astro do cinema americano. Assim seus filmes seguintes foram dramas e não faroestes. Em "Girls Demand Excitement" (sem título no Brasil, jamais lançado em nosso país), o ator voltou a interpretar um estudante, um jovem atleta da classe trabalhadora que enfrentava vários desafios em sua vida.

A diva Loretta Young seria a estrela do próximo filme de Wayne intitulado "Três Garotas Perdidas" (Three Lost Girls, 1931). Aqui John Wayne voltava aos personagens coadjuvantes nesse drama urbano sobre uma jovem mulher que se tornava vítima de um crime. Ela vinha do interior e alugava um pequeno apartamento para morar com outras duas jovens. Todas as suspeitas de autoria do crime apontavam para um arquiteto famoso que havia se envolvido com uma delas. John Wayne interpretava justamente o tal sujeito. Um filme que não teve muita repercussão, mas que serviu como aprendizado para o ator.

As coisas só melhoraram mesmo para Wayne no filme seguinte com "Estância de Guerra" (The Range Feud, 1931). Aqui ele retornava para os filmes de western nessa produção estrelada por Buck Jones, um ator que na época disputava o título de ator cowboy mais popular do cinema com Tom Mix, a quem Wayne procurava seguir os passos. O filme obviamente tinha um roteiro muito simples, com bandidos e mocinhos bem delimitados, o que era próprio para um faroeste de matinê. Depois dessa produção o ator chegou na conclusão que se continuasse a aparecer em papéis secundários jamais conseguiria atingir seus objetivos.

Por essa razão ele recusou várias propostas de trabalho que pareciam não colaborar muito para o avanço de sua carreira. O ator parecia firme no sentido de só aceitar novos filmes em que ele próprio fosse o protagonista. "Águia de Prata" (The Shadow of the Eagle, 1932) era o tipo de filme que ele procurava na época. Dirigido por Ford Beebe e produzido pelo estúdio Mascot Pictures, nessa película Wayne interpretava Craig McCoy, um piloto pioneiro, veterano da I Guerra Mundial, que decidia montar sua pequena companhia aérea. Aviador inteligente ele acabaria sendo o primeiro piloto da história a colocar um rádio de comunicação em sua aeronave. Um filme muito bom, com roteiro bem escrito e ótimas cenas de aviação. Justamente o que John Wayne estava buscando em sua carreira.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

O Vale do Paraíso

Título no Brasil: O Vale do Paraíso
Título Original: Paradise Canyon
Ano de Produção: 1935
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: Carl Pierson
Roteiro: Lindsley Parsons, Robert Emmett Tansey
Elenco: John Wayne, Marion Burns, Reed Howes, Earle Hodgins, Gino Corrado, Yakima Canutt
  
Sinopse:
John Wyatt (John Wayne) é um agente do governo americano, devidamente disfarçado de cowboy, que vai até uma pequena cidade da fronteira para investigar uma quadrilha de falsificadores, especializados em falsficações de dinheiro e documentos federais. O chefe do bando de bandidos atende pelo nome de Curly Joe Gale (Yakima Canutt), um ex-coronel confederado que almeja destruir o governo da União. Seu desejo de vingança porém terá que passar por cima dos planos de Wyatt.

Comentários:
Os filmes mais antigos da carreira de John Wayne nem sempre são muito lembrados. Os cinéfilos esquecem que John Wayne já era extremamente popular nos anos 30, quando começou a atuar em uma série infindável de filmes de western em estúdios como a Republic. De fato o ator foi se transformando em um astro justamente por essa época. A grande maioria dessas fitas eram produções simples, baratas, de orçamentos bem modestos e pequenos, que rendiam verdadeiras fortunas nas matinês de fim de semana. O público alvo era mesmo os mais jovens, a garotada. Por isso os filmes eram também de curta duração (esse aqui, "Paradise Canyon", por exemplo, só tinha 52 minutos de duração, incluindo os créditos!). John Wayne nessa época fazia uma linha que lembrava o maior ídolo do cinema de bang-bang: Tom Mix! Isso mesmo, o ator procurava seguir os passos de Mix, tanto na caracterização de seus personagens, como também nos figurinos. Wayne surgia em cena com enormes chapéus brancos que era uma das marcas registradas justamente do astro máximo Tom Mix. Curiosamente o tempo faria com que Mix fosse esquecido, enquanto John Wayne se transformaria no mito que todos conhecemos. O roteiro, como era de se esperar, era bem básico, o que não significava que fosse ruim, muito pelo contrário, era apenas característico daqueles tempos distantes e inocentes do cinema americano, onde a diversão era o mais importante de tudo em um filme. Sob esse ponto de vista conseguiram certamente chegar no que queriam."O Vale do Paraíso" é pura diversão pipoca!

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Sob o Sol do Arizona

Título no Brasil: Sob o Sol do Arizona
Título Original: Neath the Arizona Skies
Ano de Produção: 1934
País: Estados Unidos
Estúdio: Paul Malvern Productions
Direção: Harry L. Fraser
Roteiro: Burl R. Tuttle
Elenco: John Wayne, Sheila Terry, Shirley Jean Rickert

Sinopse:
Chris Morrell (John Wayne) é um cowboy durão que de repente se vê na  incumbência de cuidar de uma garotinha mestiça que se encontra abandonada. Chris tem esperanças de encontrar seu pai, que dizem viver nas montanhas, mas enquanto isso não acontece tem que deixar a menina a salvo de malfeitores que descobrem que ela é na verdade a herdeira não reconhecida de uma rica mulher branca que morreu na região.

Comentários:
Uma produção rodada ainda na primeira fase da carreira do mito John Wayne. Apesar de bastante jovem o ator já mostrava seu grande carisma, numa caracterização que se tornaria típica em sua carreira nos anos que viriam, a do durão de bom coração. Aqui Wayne tem o desafio de contracenar com uma simpática - e muito talentosa - atriz mirim. Muitos anos depois Wayne citaria o filme como uma prova de que ele havia atuado ao lado de uma criança e mesmo assim ainda conseguia chamar a atenção do público para si. Em tempos de Shirley Temple era realmente uma façanha e tanto. Apesar de ser um bangue-bangue bem na média do que era produzido em massa pelos estúdios naquela época, o filme ainda consegue crescer bastante em seu terço final quando um clima de suspense e tensão se impõe na história. Em suma, uma bela pedida para conferir o grande Wayne no alvorecer de sua maravilhosa carreira.

Pablo Aluísio

terça-feira, 3 de junho de 2025

Para Lá da Estrada

Título no Brasil: Para Lá da Estrada
Título Original: The Trail Beyond
Ano de Produção: 1934
País: Estados Unidos
Estúdio: Paul Malvern Productions
Direção: Robert N. Bradbury
Roteiro: Lindsley Parsons
Elenco: John Wayne, Noah Beery, Verna Hillie, Robert Frazer, James A. Marcus, Earl Dwire
  
Sinopse:
Com roteiro baseado no livro "The Wolf Hunters" de James Oliver Curwood, esse western conta a estória de Rod Drew (John Wayne), um cowboy e explorador que é enviado para minas distantes nas montanhas para localizar e encontrar um mineiro desaparecido e sua filha. Chegando lá ele descobre que o homem que procura provavelmente encontrou um importante veio de ouro e que por essa razão muito foi morto por aqueles que queriam a localização dessa fortuna em minerais. Caberá a Drew descobrir o que de fato se passou naquela região distante e esquecida.

Comentários:
Mais um faroeste dos primeiros anos da carreira do mito John Wayne. Aqui o roteiro não se contentava em apenas contar uma estória típica de bandidos e mocinhos, tiroteios e duelos, mas também em desvendar um segredo: quem teria matado o mineiro que o personagem de John Wayne teria ido resgatar? O roteiro, como era de supor, daria margem a uma boa história de detetive, assassinatos e suspense, porém como se trata de uma fita curtinha (meros 55 minutos de duração!) não havia mesmo como ir muito adiante. Assim tudo é resolvido de forma muito rápida, sem muita sofisticação ou mistério. Curiosamente o livro que deu origem ao filme, "The Wolf Hunters" (em tradução livre: "Caçadores de Lobos"), é bem mais rico nesse aspecto. Aliás esse roteiro poderia ter sido aproveitado por Wayne anos depois, quando nos anos 50 ele já estrelava filmes mais bem elaborados e bem produzidos. O ator inclusive adquiriou os direitos de adaptação dessa estória para filmar depois, mas curiosamente nunca o fez. Dizem algumas biografias que ele nunca chegou a gostar de nenhum roteiro adaptado do livro, fazendo com que uma nova versão jamais fosse feita. Uma pena.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

A Ferro e Fogo

Título no Brasil: A Ferro e Fogo
Título Original: Randy Rides Alone
Ano de Produção: 1934
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: Harry L. Fraser
Roteiro: Lindsley Parsons
Elenco: John Wayne, Alberta Vaughn, George 'Gabby' Hayes

Sinopse:
Randy Bowers (John Wayne) é um cowboy honesto que é preso por crimes que nunca cometeu. Com a ajuda de Sally Rogers (Alberta Vaughn) ele finalmente consegue fugir da prisão. Uma vez solto, começa a ser caçado pelo xerife local. Em fuga acaba parando em um esconderijo de uma quadrilha de renegados. Seu plano agora é provar sua inocência ao mesmo tempo em que procura descobrir quem é o verdadeiro criminoso.

Comentários:
Western estrelado por John Wayne na Republic Pictures. Como muitas outras fitas de Wayne nos anos 1930 essa aqui também é um faroeste de matinê, com meros 53 minutos de duração - o que o qualifica como um média-metragem. Esses pequenos e curtos filmes faziam muito sucesso, principalmente entre a garotada que adorava filmes passados no velho oeste americano. A produção é modesta, tem cenários simples, com figurinos de época no padrão geral que imperava dentro desse tipo de filme. O que se destaca mesmo são as cenas externas, rodadas em um rochedo em Santa Clarita, na Califórnia. Outro ponto digno de observação vem do próprio figurino de John Wayne. Ele se apresenta com uma roupa muito semelhante à de Tom Mix, o mais famoso cowboy dos primórdios do cinema americano. Enfim, como diversão pura, "Randy Rides Alone" vale bastante a pena.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de junho de 2025

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 4

John Wayne passou por uma fase de insignificância logo no começo de sua carreira. Como ele era ainda um jovem sem nome dentro da indústria cinematográfica, acabou aceitando os trabalhos que iam surgindo. Na maioria desses filmes Wayne fez apenas figurações sem importância. Ora ele interpretava um membro do bando do xerife para caçar bandidos no deserto, ora ele era da quadrilha dos bandoleiros, fugindo da lei.

O importante nem era tanto aceitar filmes pensando em um futuro na carreira, mas sim trabalhar, atuar no que vinha pela frente. Ter o dinheiro para morar e viver em Los Angeles, mesmo que modestamente, já era uma vitória para o jovem ator. Ele que havia sido criado numa fazendo de criação de cavalos já tinha a experiência de montaria necessária para atuar em qualquer cena de western.

O que faltava para John Wayne nesse longo período, que durou praticamente toda a década de 1920, era uma chance de se destacar no elenco e chamar a atenção do público. Ao invés disso porém nos anos 20 o ator foi fazendo uma sucessão de filmes sem muita importância. Curiosamente ele chegou a atuar nesse tempo até mesmo em filmes bíblicos como "A Arca de Noé" de 1928. Infelizmente muitas dessas fitas antigas se perderam porque as películas eram altamente inflamáveis e expostas ao calor pegavam fogo. Como os estúdios na época não tinham maiores preocupações em preservar os filmes depois deles terem sido exibidos muita coisa se perdeu com o tempo.

A grande virada em sua carreira aconteceria apenas em 1930 quando ele, pela primeira vez, interpretaria um personagem de destaque, inclusive com nome. Na maioria dos filmes anteriores John Wayne interpretava tipos que sequer tinham nomes nos roteiros. Ele era identificado apenas como o Extra 1 ou o Extra 2, ou então nem era creditado. Já em "A Grande Jornada" ele interpretava finalmente um cowboy que tinha nome e sobrenome. Seu personagem se chamava Breck Coleman. Outra novidade importante: Wayne era o principal nome do elenco, o astro do filme! Dirigido pelo grande cineasta da história de Hollywood, o mestre Raoul Walsh, ele tinha a primeira grande chance em quatro anos amargando papéis sem importância em Hollywood.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Armando o Laço

Título no Brasil: Armando o Laço
Título Original: West of the Divide
Ano de Produção: 1934
País: Estados Unidos
Estúdio: Paul Malvern Productions
Direção: Robert N. Bradbury
Roteiro: Robert N. Bradbury
Elenco: John Wayne, Virginia Brown Faire, George 'Gabby' Hayes
  
Sinopse:
Dois cowboys, Ted Hayden (John Wayne) e seu amigo Dusty Rhodes (George 'Gabby' Hayes), se deparam com um fora da lei à beira da morte durante uma viagem pelo deserto do Arizona. O sujeito chamado Gatt Ganns esteve envolvido na morte e desaparecimento de um rico fazendeiro da região. Ao que tudo indica o próprio irmão da vítima era o autor do crime. Ted então resolve assumir a identidade do pistoleiro Ganns, para assim reunir mais provas contra as pessoas envolvidas no crime.

Comentários:
Muitos conhecem os filmes de John Wayne a partir dos anos 1950 ou então de uma fase mais avançada, já na década de 1970 quando realizou seus últimos filmes (Wayne faleceu em 1979). Assim a grande maioria de sua filmografia segue sendo ignorada por grande parte dos cinéfilos. O fato é que Wayne estrelou dezenas de filmes na década de 1930. Essas películas mais antigas podem ser encaradas como versões em faroeste dos filmes de matinê que eram bem populares naqueles tempos distantes. Em certo aspecto John Wayne ainda não havia encontrado seu estilo. Grandalhão, ele procurava seguir os passos de Tom Mix, inclusive usando seu figurino em cena. Grandes chapéus e armas absurdamente chamativas (cheias de detalhes dourados em seus canos, tal como era moda country daquele período). O filme tem roteiro básico, tudo muito simples, mas que certamente soava muito divertido para a garotada (que formava a massa do público para esse tipo de fita de bang bang). Com apenas 54 minutos o filme, apesar de extremamente curto, chegou a incomodar em seu lançamento pois para alguns setores era violento demais para os garotos que pegavam alguns centavos de dólar por uma entrada. Sinal de tempos mais inocentes e ingênuos, certamente.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de maio de 2025

Justiça Selvagem

Título no Brasil: Justiça Selvagem
Título Original: Sagebrush Trail
Ano de Produção: 1933
País: Estados Unidos
Estúdio: Paul Malvern Productions
Direção: Armand Schaefer
Roteiro: Lindsley Parsons
Elenco: John Wayne, Nancy Shubert, Lane Chandler

Sinopse:
Preso por um crime que não cometeu, o cowboy John Brant (John Wayne) consegue escapar da prisão e decide rumar em direção ao oeste selvagem. Procurado vivo ou morto, com sua cabeça a prêmio, ele decide se unir a um bando de renegados e por puro acaso descobre que um dos membros da quadrilha foi o verdadeiro autor do crime que lhe foi imputado meses antes. Agora ele terá que levar o verdadeiro criminoso para as autoridades, para limpar seu nome novamente e viver feliz ao lado da garota pelo qual está apaixonado.

Comentários:
Mais um bom faroeste da filmografia de John Wayne ainda no comecinho de sua carreira, em produção realizada na década de 1930. O filme pode ser considerado uma produção de média-metragem, pois conta com apenas 54 minutos de duração. Curiosamente há até um certo clima noir em determinadas sequências, onde tudo surge escuro e sombrio, fruto da própria estória do personagem principal interpretado por Wayne, um homem íntegro e honesto que luta para recuperar o reconhecimento de sua inocência enquanto tenta levar o verdadeiro criminoso para atrás das grades. Com várias cenas rodadas em locações o filme também tem excelentes cenas de ação, como no clímax, onde Brant participa de um violento tiroteio em cima de uma diligência perseguida por malfeitores (cena aliás que seria muito copiada nos anos seguintes em inúmeros filmes de western). Em termos de produção tudo está de acordo com a média do que era realizada na época e o figurino de Wayne ainda apresenta traços do guarda roupa de Tom Mix, o grande astro do western naqueles tempos pioneiros. Diversão e nostalgia em doses exatas para os fãs do eterno Duke.

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de maio de 2025

Ouro Mal Assombrado

Título no Brasil: Ouro Mal Assombrado
Título Original: Haunted Gold
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Leon Schlesinger Studios
Direção: Mack V. Wright
Roteiro: Adele Buffington
Elenco: John Wayne, Duke, Sheila Terry, Harry Woods, Erville Alderson, Otto Hoffman, Martha Mattox

Sinopse:
Nesse filme John Wayne interpreta John Mason, Ao lado de Janet Carter (Sheila Terry) ele recebe uma carta convidando para ir até uma cidade fantasma onde supostamente existiria uma mina abandonada, com um tesouro escondido em seu interior. Claro que isso também desperta a ganância de bandidos que correm para colocar as mãos na fortuna.

Comentários:
O último filme de John Wayne em 1932 foi "Ouro Mal Assombrado" (Haunted Gold), faroeste dirigido por Mack V. Wright. O mais curioso dessa produção é que o roteiro tinha também elementos de filmes de horror! Foi um dos primeiros filmes de Hollywood que procuravam mesmo reunir dois gêneros cinematográficos em um só! Já que o terror e o faroeste eram bem populares porque não tentar fazer uma produção que tivesse o melhor dos dois lados? E assim foi feito. O mais curioso desse roteiro é que havia também um personagem fantasma que acabava ajudando Wayne e sua companheira em sua aventura mina adentro. Foi a primeira e única vez que Wayne flertou com o terror em toda a sua longa filmografia. Ficou muito interessante, é inegável dizer. Embora é bom também salientar que para os padrões atuais o filme seria mais um suspense com toques sobrenaturais do que um filme mesmo de terror. Afinal era uma produção de matinê e as crianças não poderiam ser assustadas. Coisas da época.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

O Expresso da Aventura

Título no Brasil: O Expresso da Aventura
Título Original: The Hurricane Express
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Mascot Pictures, American Film Company
Direção: J.P. McGowan, Armand Schaefer
Roteiro: Colbert Clark, Barney A. Sarecky
Elenco: John Wayne, T Marshall, Conway Tearle, John Wayne

Sinopse:
Um sabotador desconhecido começa a destruir as linhas da ferrovia Pacific Express. Em uma dessas sabotagens o pai de Larry (Wayne), um piloto de avião, é morto no acidente. Agora ele resolve rumar no mesmo destino para descobrir quem seria o homem que ceifou a vida de seu amado pai.

Comentários:
John Wayne brigou com um dos chefões da Columbia Pictures, Harry Cohn, e resolveu deixar o estúdio indo para a pequena Mascot Pictures onde acabou fazendo três fitas rápidas. Os filmes da Mascot eram produzidos para serem exibidos em matinês, por isso eram curtos e iam direto ao ponto, sem maiores embromações. O roteiro é básico, o personagem de Wayne está atrás do assassino de seu pai e para isso precisa descobrir a identidade secreta do tal "Destruidor" (como passa a ser conhecido o sabotador de linhas da ferrovia). Como John Wayne era bastante jovem e atlético os produtores resolveram apostar forte em cenas de ação com o ator e de fato ele consegue até mesmo realizar algumas bem feitas acrobacias aprendidas quando se aventurava como dublê de filmes. Então é basicamente isso, uma aventura de matinê, com o futuro astro John Wayne se exercitando entre os trilhos de uma linha expressa rumo ao Pacífico.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 3

Uma das grandes sortes que John Wayne teve em sua carreira foi o fato dele começar a se tornar popular justamente na mesma época em que o grande cowboy do cinema, o astro Tom Mix, estava se aposentando. Ídolo máximo do western na era do cinema mudo, Mix estava descontente com os novos rumos que a indústria cinematográfica americana começava a tomar. O cinema falado estava prestes a dominar completamente o mercado, enquanto os antigos filmes mudos perdiam espaço nas telas a cada ano. Era o fim de uma era.

Tom Mix já se sentia velho e cansado. Cavalgar para ele estava se tornando um problema por causa de dores na coluna. Ele sofria dessas dores há anos, mas agora tudo se tornara insuportável. O estúdio lhe arranjou dublês, mas o público começou a perceber a diferença e assim, procurando manter sua estrela, sua áurea, Mix decidiu se aposentar. Ele queria se retirar antes que se tornasse completamente decadente. Depois de atuar em mais de duzentos filmes ele estava multimilionário e não queria mais saber de cavalos, selas, poeira e tiroteios. Os dias do faroeste tinham chegado também ao fim para Mix.

Com o afastamento de Tom Mix das telas todo um espaço ficou vazio. Quem seria o próximo herói dos filmes de faroeste? Bom, John Wayne estava de olho nesse trono. Esforçado, disciplinado, bom profissional na visão dos diretores da época, John Wayne começou a deixar de lado suas participações como dublê para realmente se tornar ator na frente das telas. Foi um processo gradual. Nos primeiros anos John Wayne ainda procurou se esforçar na universidade, mas depois ele viu que poderia ter grande futuro no mundo do cinema. O pagamento era muito bom, o trabalho era relativamente fácil e a fama, que ele começava a desfrutar, acabou lhe convencendo que ele deveria se esforçar para fazer sucesso no cinema, acima de tudo.

Durante as filmagens de um novo filme, Wayne conversou longamente com o diretor Andrew Bennison. Esse lhe avisou que iria filmar um faroeste em breve e que queria John Wayne em seu elenco. Depois explicou que esse novo western seria mais realista, tentando mostrar o mundo dos cowboys como ele realmente era: com muito suor, trabalho duro e roupas surradas. Nada a ver com Tom Mix e suas roupas engomadinhas. "John, o futuro dos filmes de western será o realismo nu e cru, por isso quero que você apareça como se fosse um cowboy real. Roupas empoeiradas, chapéu amassado, nada de ter um visual como Tom Mix, com seu figurino cheio de estrelinhas e esporas de prata!". Wayne concordou plenamente com a opinião do diretor. Era hora do cinema americano abraçar uma visão bem mais pé no chão. O mito em torno de John Wayne começava a ganhar vida.

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de abril de 2025

A Grande Estirada

Título no Brasil: A Grande Estirada
Título Original: The Big Stampede
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Leon Schlesinger Studios
Direção: Tenny Wright
Roteiro: Marion Jackson, Kurt Kempler
Elenco: John Wayne, Noah Beery, Paul Hurst, Mae Madison, Luis Alberni, Berton Churchill

Sinopse:
Com roteiro baseado no livro de faroeste "The Land Beyond the Law", escrito por Marion Jackson, o filme conta a estória do xerife John Steele (John Wayne), um homem da lei honesto que tenta colocar lei e ordem numa região cheia de ladrões de gado e matadores de aluguel.

Comentários:
Em 1932 chegou aos cinemas o filme "A Grande Estirada" (The Big Stampede). John Wayne interpretou um xerife, John Steele. Em um lugar remoto no meio do deserto, sem homens para apoiá-lo na captura de um violento pistoleiro e sua quadrilha, ele se vê forçado a recrutar cowboys comuns, alguns até mesmo com histórico de prisão, para enfrentar os demais criminosos. Esse foi outro filme de Wayne na Warner Bros, outra fita rápida com apenas 54 minutos de duração. Com direção de Tenny Wright e roteiro escrito a partir do conto "The Land Beyond the Law" de  Marion Jackson, o filme era mais um a ser exibido em matinês por cinemas em toda a América. A estratégia de lançamento desse tipo de produção era simples e lucrativa. Os filmes eram exibidos geralmente em sessões duplas, com outras produções, a preços promocionais. Baratos e altamente lucrativos, fizeram a fortuna de muitos produtores na época.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Pena de Talião

Título no Brasil: Pena de Talião
Título Original: Ride Him, Cowboy
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Fred Allen
Roteiro: Kenneth Perkins, Scott Mason
Elenco:  John Wayne, Ruth Hall, Henry B. Walthall, Otis Harlan, Harry Gribbon, Frank Hagney

Sinopse:
John Wayne interpreta um cowboy chamado John Drury. Em uma cidade do velho oeste ele encontrava todos os tipos de gente, desde a mocinha romântica em perigo, até um grupo de bandoleiros sob às ordens do manda-chuva do lugar.

Comentários:
Em 1932 John Wayne voltou para os filmes de faroeste. A fita da vez se chamava "Pena de Talião" (Ride Him, Cowboy). Com direção de Fred Allen e roteiro escrito pela dupla Kenneth Perkins e Scott Mason, esse western de matinê era mais um passo para que Wayne se tornasse um verdadeiro astro de cinema. Esse também foi um dos primeiros trabalhos de Wayne na poderosa Warner Bros, conhecido estúdio que sempre caprichava em suas produções. Conforme podemos ver no poster original um destaque dessa fita era a presença do cavalo treinado Duke, um alazão muito bonito e forte, que acabou roubando várias cenas do próprio John Wayne. O curioso é que embora tenha se tornado um dos astros mais populares desse tipo de filme, ele nunca teria um cavalo ligado ao seu mito, como aconteceu por exemplo com Roy Rogers e Trigger. Ao invés disso preferiu deixar os animais de seus filmes em segundo plano, com exceção talvez única desse filme onde o "Duke" ganhou espaço até mesmo no cartaz da fita.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Na Pista do Traidor

Título no Brasil: Na Pista do Traidor
Título Original: Riders of Destiny
Ano de Produção: 1933
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: Robert N. Bradbury
Roteiro: Robert N. Bradbury
Elenco: John Wayne, Cecilia Parker, Forrest Taylor, George 'Gabby' Hayes, Yakima Canutt, Al St. John
  
Sinopse:
James Kincaid (Forrest Taylor) é um bandoleiro fora-da-lei que começa a dominar as fontes de água em uma região com muitos desertos no velho oeste americano. Ele planeja ter o controle de todas elas para extorquir os fazendeiros e criadores de gado. O governo americano então envia um agente disfarçado, Singin' Sandy Saunders (John Wayne), para garantir o acesso à água de todos os cidadãos e moradores do lugar, o que obviamente dá origem a um confronto entre ele o bandido, tudo culminando em um duelo mortal pelas areias escaldantes do deserto.

Comentários:
Mais um filme pioneiro de John Wayne nos estúdios da Republic. Durante muitas décadas pensou-se que essas primeiras fitas com o astro John Wayne tinham se perdido para sempre, pois os acervos de velhos estúdios, há muito fechados, como a Republic, tinham desaparecido. Para alguns tudo teria sido destruído em um grande incêndio nos anos 50. Assim se pensou até que nos anos 70 um antigo colecionador, fã de John Wayne, resolveu doar suas cópias (as únicas ainda existentes) para uma instituição de preservação de filmes antigos da Califórnia. Esse "Riders of Destiny" fazia parte dessa coleção. Nos anos 90 a maioria desses curtas e média-metragens - que tinham no máximo 60 minutos de duração - foram lançados em boxes nos Estados Unidos e Europa no formato de DVD. Uma excelente notícia pois dessa forma essas obras cinematográficas se tornam mais preservadas para a posteridade. De modo em geral o filme segue uma linha industrial que era bem comum na época. Os roteiros são bem simplificados, explorando o eterno duelo entre o bem e o mal. John Wayne, ainda bem jovem, já se destacava, com seus maneirismos típicos. A lenda ainda não estava completamente formada, mas já demonstrava sinais do que um dia iria se tornar.

Pablo Aluísio

quarta-feira, 2 de abril de 2025

A Lei da Coragem

Título no Brasil: A Lei da Coragem
Título Original: Two-Fisted Law
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: D. Ross Lederman
Roteiro: William Colt MacDonald, Kurt Kempler
Elenco: Tim McCoy, John Wayne, Alice Day, Wheeler Oakman, Tully Marshall, Wallace MacDonald

Sinopse:
Tim Clark (Tim McCoy), um pacato e honesto rancheiro do Texas, vê sua paz e tranquilidade acabar quando alguns mineradores encontram prata nas montanhas que circulam sua propriedade rural. Agora todos cobiçam seu rancho e querem liquidá-lo para colocar as mãos no rancho que lhe pertence.

Comentários:
John Wayne se saiu tão bem na fita anterior que foi produzida pela Columbia Pictures que logo foi escalado também para outro bang-bang de Tim McCoy. Esse segundo filme, também rodado e lançado em 1932 se chamava "A Lei da Coragem" (Two-Fisted Law). O roteiro era bem simples, mas movimentado e divertido. No centro da trama tínhamos um pacato rancheiro que acaba se vendo no meio de uma disputa por prata nas montanhas próximas de sua propriedade rural. Curiosamente nesse filme John Wayne usou o nome de Duke, que nomeava seu personagem e que também era o seu apelido pessoal, bem conhecido de todos que frequentavam sua recém comprada casa em Hollywood. O Duke do roteiro foi levado pelo próprio Duke, ou seja, ele mesmo, John Wayne. Algo que soava bem familiar para todos os seus amigos próximos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de abril de 2025

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 2

O rancho de cavalos do pai de John Wayne não deu certo e rapidamente foi a falência. O lugar era muito seco, sem fonte de água por perto, o que tornava tudo muito difícil. A região no sul da Califórnia era tão seca como o nordeste brasileiro. Com muitas dívidas em bancos e sem perspectiva de um futuro melhor, seu pai vendeu tudo e a família se mudou para Los Angeles, em busca de trabalho.

Nessa época John Wayne já estava saindo da adolescência, o que significava que ele estava prestes a entrar na universidade. Esse era seu velho sonho, não apenas por causa dos estudos em si, mas pelas oportunidades de bolsas dentro do universo do futebol americano universitário. Wayne valorizava demais os esportes e era considerado um bom jogador. Ele estava de olho em um futuro na liga profissional de futebol.

E de fato ele acabou sendo admitido na universidade por causa de seus talentos em campo. Wayne não era muito bom em leituras, mas sabia jogar uma bola de futebol como poucos. Alto, com poder atlético privilegiado, ele via ali uma oportunidade. Seu porte físico também abriu uma porta em um ramo de trabalho que ele jamais imaginaria: o cinema. Durante um intervalo nas aulas da universidade um amigo comentou com ele que um estúdio de cinema ali perto pagava bem por figuração. Atores de porte atlético eram contratados para aparecer em filmes de cowboys por um bom cachê. Dinheiro fácil e rápido.

O Jovem John Wayne foi então com seu amigo em busca desse trabalho. Mal ele sabia que nunca mais deixaria de trabalhar no cinema, se tornando no futuro um dos astros mais populares da sétima arte. A primeira vez que Wayne pisou em um estúdio de cinema foi em 1926, ainda nos tempos do cinema mudo. Ele conseguiu um trabalho de figuração no filme "Mocidade Esportiva", onde acabou interpretando um jogador de futebol da universidade de Yale. Foi uma experiência bem positiva, mas John queria mesmo era fazer um western. Naquele tempo o grande astro de Hollywood dos faroestes era Tom Mix. O astro do western usava chapéus enormes e um figurino todo branco. Era uma figura bem impressionante. Se espelhando nele o jovem John Wayne logo comprou um grande chapéu de cowboy, só que negro. Ele estava pronto para aparecer em seu primeiro faroeste na sua ainda recém iniciada carreira nas telas.

Pablo Aluísio.