segunda-feira, 13 de outubro de 2025

A Lei da Fronteira

Título no Brasil: A Lei da Fronteira
Título Original: Frontier Marshal
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Allan Dwan
Roteiro: Stuart N. Lake, Sam Hellman
Elenco: Randolph Scott, Nancy Kelly, Cesar Romero

Sinopse:
Tombstone é uma cidade infestada de bandidos. Conhecida por ser uma terra sem lei, a região acaba se tornando ponto de encontro de assassinos, assaltantes de trem e facínoras em geral. Aterrorizados, os cidadãos de bem do local resolvem eleger um novo xerife! Para a função terá que ser escolhido alguém realmente rápido no gatilho, que esteja disposto a enfrentar o crime sem medo, pois não será fácil limpar toda aquela sujeira. A escolha acaba caindo nos ombros de Wyatt Earp (Randolph Scott) que está disposto a impor a lei e a ordem novamente na pequena Tombstone. 

Comentários:
Esse é certamente um dos mais clássicos filmes da carreira de Randolph Scott. Não poderia ser diferente, afinal de contas ele interpreta o lendário xerife e homem da lei Wyatt Earp! A junção desses dois mitos não poderia resultar em nada menos do que memorável. Curiosamente, apesar de ser reconhecidamente um dos melhores filmes já feitos sobre o tiroteio do O.K. Corral, o roteiro toma certas liberdades com a história real. Só para citar a mais famosa delas, aqui temos a morte de Doc Halliday (Cesar Romero), que antecede o famoso confronto entre Earp e os bandoleiros no famoso curral de Tombstone. Na história real Doc não morreu como mostrado no filme, pelo contrário, ele vai até o O.K. para enfrentar ao lado de Earp todo o bando de criminosos naquele que, até hoje, é considerado o maior duelo da história do velho oeste. Isso porém não desmerece as qualidades de um western clássico que é extremamente bem realizado. Randolph Scott está perfeito em seu papel e até mesmo Cesar Romero convence plenamente como Doc, o dentista jogador e tuberculoso que se tornou um dos mais conhecidos pistoleiros da mitologia do western americano. Mais um exemplo do talento do subestimado cineasta Allan Dwan. Em suma, um título para se ter na coleção, assim você poderá sempre rever o mito Randolph Scott na pele do mais famoso xerife de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de outubro de 2025

Randolph Scott (1898–1987)


Randolph Scott (1898–1987) foi um dos grandes nomes do cinema americano, especialmente nos far west, gênero no qual construiu praticamente toda a sua carreira e que o transformou em um ícone da cultura popular.

Morte

Scott faleceu em 2 de março de 1987, aos 89 anos, em Beverly Hills, Califórnia. A causa oficial da morte foi insuficiência cardíaca. Ele já estava afastado das telas havia mais de 20 anos, vivendo discretamente com a esposa, Patricia Stillman, com quem foi casado por mais de quatro décadas.

Legado como ator

O legado de Randolph Scott é marcante sobretudo dentro do cinema de faroeste:

  • Ícone do western clássico: Entre as décadas de 1930 e 1960, participou de mais de 60 filmes do gênero, consolidando uma imagem de herói justo, lacônico e moralmente íntegro.

  • Parceria com Budd Boetticher: Seus filmes dirigidos por Boetticher nos anos 1950 (como Seven Men from Now / Sete Homens sem Destino e The Tall T / Cavalgada Trágica) são considerados obras-primas do western enxuto, com forte influência posterior no cinema de Sam Peckinpah e Clint Eastwood.

  • Estilo de atuação: Diferente de astros mais expansivos como John Wayne, Scott era econômico, transmitindo firmeza, sobriedade e uma certa melancolia, o que deu profundidade aos seus personagens.

  • Símbolo da transição do western: Sua carreira acompanhou a evolução do gênero, desde os faroestes clássicos mais “românticos” até os mais sombrios e psicológicos dos anos 1950.

  • Respeito crítico tardio: Embora por muito tempo visto apenas como astro popular, com o tempo sua filmografia passou a ser reavaliada pela crítica como uma das mais consistentes do western americano.

Assim, Randolph Scott é lembrado como um dos grandes cowboys do cinema, referência para gerações posteriores e figura essencial para entender a construção do mito do Oeste na cultura dos EUA.

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 10

A carreira de John Wayne seguiu em frente. Alguns filmes rendiam excelentes bilheterias, outros nem tanto. De uma maneira ou outra o ator foi compreendendo que seu público era formado basicamente por jovens que adoravam filmes de western. Por isso Wayne firmou seus pés nesse popular gênero cinematográfico, pronto para assumir o trono que um dia havia sido de Tom Mix e outros cowboys famosos da sétima arte. Era algo natural para ele. Poucos, porém, sabiam que John Wayne não apenas iria superar todos os anteriores em popularidade, como também se tornaria o maior astro de Hollywood nos filmes de faroeste. E seguindo nessa mesma linha John Wayne estrelou "A Ferro e Fogo" (Randy Rides Alone, Estados Unidos, 1934). No poster original desse filme ele aparecia majestoso empinando seu grande cavalo branco. Dirigido por Harry L. Fraser e contando em seu elenco com um amigo de Wayne de longa data, o divertido George 'Gabby' Hayes, o filme trazia Wayne interpretando o personagem Randy Bowers, um cowboy honesto acusado injustamente de um crime que nunca havia cometido. Durante o filme ele tentava provar sua inocência se infiltrando no bando onde estava o verdadeiro criminoso.

"Sombra de Sangue" (The Star Packer, Estados Unidos, 1934) chegou aos cinemas poucos meses depois que seu último filme havia estreado nas telas de cinema. Os estúdios produziam esses faroestes em ritmo industrial e as fitas eram tão lucrativas que em pouco tempo se tornaram o alicerce de praticamente todo grande estúdio de Hollywood. Esse filme em particular foi um dos poucos que John Wayne trabalhou numa companhia pequena chamada Monogram Pictures. Usando os cenários emprestados da Columbia Pictures o filme foi feito a toque de caixa, faturando novamente muito bem nas bilheterias. Era de certa forma lucro certo tanto para os produtores como para o próprio John Wayne. E praticamente a mesma equipe se reuniu para trabalhar novamente juntos em "Para Lá da Estrada" (The Trail Beyond, Estados Unidos, 1934). A direção foi mais uma vez entregue a Robert N. Bradbury. Esse foi o cineasta que mais trabalhou ao lado de John Wayne nessa fase de sua carreira. Muitas pessoas lembram imediatamente de John Ford quando se fala em John Wayne e seus filmes de western, porém a verdade histórica é que ele de fato trabalhou com muitos outros cineastas ao longo da vida. Apenas esses não tiveram o mesmo reconhecimento que John Ford teve e nem seus filmes (na maioria fitas B de matinê) ganharam a notoriedade dos grandes épicos do velho oeste que foram dirigidos por Ford alguns anos depois.

John Wayne teve uma longa parceria com o diretor Robert N. Bradbury (que na época assinava os seus filmes como R.N. Bradbury). Juntos trabalharam em diversas produções dos estúdios pertencentes ao produtor Paul Malvern. Muitos desses faroestes de matinê foram feitos pela Lone Star Productions, um selo cinematográfico da época especializado apenas em filmes de western. Naqueles tempos os filmes de cowboys e índios eram os mais populares do cinema, principalmente para o público mais jovem. Qualquer filme nesse estilo acabava se tornando altamente lucrativo. Era o gênero cinematográfico preferido da América. Um desses sucessos de bilheteria foi "Fronteiras Sem Lei" (The Lawless Frontier). Aqui John Wayne interpretava um personagem chamado John Tobin. Ele era um cowboy de bom coração que via sua vida virar de ponta cabeça após a morte de seus pais. O assassino era um bandoleiro mexicano violento conhecido como Pandro Zanti.  Como a lei da fronteira não conseguia se impor a tantos bandidos era chegado a hora de fazer justiça pelas próprias mãos. O filme claro tinha todos os elementos que os fãs de Wayne na época adoravam. Inclusive o sempre interessante tema da vingança pessoal contra uma injustiça cometida por criminosos.

No filme seguinte, o último do ano, John Wayne voltou ao velho oeste no faroeste "Sob o Sol do Arizona" (Neath the Arizona Skie). Era uma espécie de redenção para o astro, agora já uma verdadeira estrela de Hollywood, com seu nome em destaque nos cartazes das produções em que atuava. Para quem havia começado a carreira como um desconhecido dublê, era um grande avanço, sem dúvida. A trama tinha lá seus elementos de histórias de detetive também. John Wayne era o homem da lei que tentava decifrar um mistério. Uma menina, herdeira de uma fortuna em petróleo, havia sido sequestrada. Quem estaria por trás do terrível crime? Curiosamente o próprio ator acabou não gostando muito do filme. Para ele o roteiro era mais adequado para um filme com o personagem Sherlock Holmes. Vaqueiros em seus cavalos não deveriam ser transformados em detetives. Quem poderia discordar dele? John Wayne certamente sabia das coisas em se tratando de filmes de faroeste. Isso era bem óbvio. E com a aposentadoria de Tom Mix ele estava pronto para se tornar o astro mais popular dos filmes de western.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de outubro de 2025

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 9

"Na Pista do Traidor" (Riders of Destiny, EUA, 1933) foi anunciado pelo estúdio como "um dos grandes filmes de western do ano". Não era para menos. Embora atuasse em outros gêneros cinematográficos o fato é que os filmes de faroeste estrelados por John Wayne já tinham se tornado um chamariz de bilheteria por todos os cinemas americanos. Ele podia até mesmo se considerar um astro tal como Tom Mix, seu grande espelho e fonte de inspiração nessa fase inicial de sua filmografia. Esse western de matinê foi dirigido por Robert N. Bradbury, diretor com quem Wayne sempre se deu bem. A carismática atriz Cecilia Parker foi escalada para ser sua parceria no filme. Revistas de fofocas populares da época diziam que o grandalhão Wayne estava tendo um caso amoroso com sua estrelinha loira, mas isso nunca foi confirmado pelo ator.

Seu filme seguinte, "Justiça Selvagem" (Sagebrush Trail, EUA, 1933) apelava mais para as cenas de ação. John Wayne interpretava um personagem chamado John Brant, um fugitivo da lei, acusado sem provas, que fugia para o velho oeste em busca da liberdade. Adotando o nome de "Smith" ele procurava se esconder do longo braço da lei que estava sempre em seu encalço. Essa produção da Paul Malvern Productions (uma empresa cinematográfica que iria à falência em poucos anos) contava com excelentes cenas de perseguição, usando inclusive um velho trem de carga. "Armando o Laço" (West of the Divide, EUA, 1934) foi o primeiro filme do ator a ser lançado no ano de 34. Novamente Wayne voltava a trabalhar com o cineasta Robert N. Bradbury. Se no filme anterior ele era um fugitivo perseguido, agora ele seria o perseguidor, nesse faroeste muito movimentado onde interpretava um homem em busca de vingança. Após o assassinato de seu pai ele passava a perseguir os criminosos, usando uma nova identidade, se infiltrando na quadrilha de bandoleiros. O elenco ainda contava com Virginia Brown Faire e George 'Gabby' Hayes. Lançado nas férias escolares foi outro grande sucesso de bilheteria de sua carreira.

Todos os elementos que fizeram o sucesso e a fama de John Wayne já podiam ser encontrados no filme "A Lei do Gatilho" (Blue Steel, Estados Unidos, 1934). Embora o ator ainda adotasse influências do astro Tom Mix, inclusive usando de parte de seu figurino, com aquele grande chapéu branco, já se podia notar que ele havia encontrado seu próprio caminho, seu próprio estilo. Nesse faroeste John Wayne interpreta um agente federal chamado John Carruthers. Ele acaba presenciando um roubo, um assalto, mas sem armas nada pode fazer. O pior é que o xerife da cidade onde ocorreu o crime passa a suspeitar dele como um cúmplice da quadrilha de criminosos. Dirigido pelo cineasta Robert N. Bradbury, que já havia trabalhado muitas vezes antes com Wayne, ainda trazia no elenco o ator característico George 'Gabby' Hayes, aquele velhinho de fala engraçada e boca sem dentes que Wayne iria fazer questão de levar para trabalhar ao seu lado nos filmes de John Ford. Muitas vezes usado como alívio cômico, ele costumava roubar as cenas em que aparecia por causa do humor. Era aquele tipo de ator naturalmente engraçado e divertido que não precisava fazer força para tirar risadas do público.

O próximo filme de John Wayne foi mais um western. Intitulado "O Torneio da Morte" (The Man from Utah, Estados Unidos, 1934) era mais um trabalho em parceria com o diretor Robert N. Bradbury. Anos depois ele lembraria que os estúdios economizavam o máximo possível de custos, por isso era comum a produção de três a quatro filmes em série, um atrás do outro, geralmente com a mesma equipe técnica, figurinos, cavalos, cenários, etc. Lucrar com economia era a ordem do dia para muitos produtores da época. Nesse filme havia como ponto central um importante rodeio. John Wayne interpretava um dos competidores. Ele era muito bom e tinha o melhor cavalo da competição, o que fazia com que os vilões elaborassem um plano para prejudicá-lo, inclusive tentando envenenar seu animal. O faroeste vencia pela simpatia do protagonista e pelas ótimas cenas de ação e rodeio. E quando chegou nos cinemas se tornou rapidamente mais um sucesso com o nome de John Wayne nas marquises.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de outubro de 2025

John Wayne (1907–1979)

Aqui está uma linha do tempo resumida da carreira de John Wayne, destacando seus principais marcos, filmes e prêmios:

🕰️ Linha do Tempo – John Wayne (1907–1979)

1907 – Nascimento

  • Nasce em 26 de maio de 1907, em Winterset, Iowa (EUA), com o nome Marion Robert Morrison.

  • Ganha o apelido “Duke” (Duque), que o acompanharia por toda a vida.


Década de 1920 – Início no cinema

  • Trabalha como figurante e assistente de estúdio na Fox Film.

  • Começa a aparecer em pequenos papéis, principalmente em filmes mudos.


1930 – Primeira grande chance

  • O diretor Raoul Walsh lhe dá o primeiro papel principal em A Grande Jornada (The Big Trail, 1930)*.

  • O filme fracassa nas bilheteiras, mas marca sua estreia como protagonista.


Década de 1930 – Anos de aprendizado

  • Atua em dezenas de western B, filmes de baixo orçamento que moldam sua imagem de herói do oeste.


1939 – O sucesso chega

  • Estoura com o clássico “No Tempo das Diligências” (Stagecoach), dirigido por John Ford.

  • Torna-se uma grande estrela de Hollywood.


Década de 1940 – Consolidação

  • Atua em sucessos como:

    • Rastros de Sangue (The Shepherd of the Hills, 1941)

    • Fort Apache (1948)

    • Rio Bravo (1948)

  • Participa de filmes de guerra durante e após a Segunda Guerra Mundial, reforçando sua imagem patriótica.


Década de 1950 – O auge

  • Trabalha em grandes produções de John Ford:

    • Rio Grande (1950)

    • Depois do Vendaval (The Quiet Man, 1952)

    • Rastros de Ódio (The Searchers, 1956)* – considerado seu melhor desempenho dramático.

  • Torna-se o ator mais popular dos Estados Unidos por vários anos seguidos.


Década de 1960 – Estrela madura

  • Atua em Alamo (1960), que também dirige e produz.

  • Outros sucessos: Hatari! (1962), Os Comancheros (1961) e Os Filhos de Katie Elder (1965).

  • Em 1969, ganha o Oscar de Melhor Ator por Bravura Indômita (True Grit)*.


Década de 1970 – Últimos trabalhos

  • Continua ativo, mesmo enfrentando sérios problemas de saúde.

  • Destaques: O Último Pistoleiro (The Shootist, 1976)* – seu último filme, onde interpreta um pistoleiro moribundo, em uma clara metáfora de sua própria condição.


1979 – Morte

  • Falece em 11 de junho de 1979, em Los Angeles, vítima de câncer.


1980 – Homenagem póstuma

  • Recebe a Medalha de Ouro do Congresso dos EUA por sua contribuição ao cinema e à cultura americana.


🎬 Legado

  • Mais de 170 filmes ao longo de 50 anos de carreira.

  • Símbolo máximo do western clássico.

  • Figura associada à coragem, honra e patriotismo.

  • Ícone cultural que influenciou gerações de atores e cineastas.


quinta-feira, 2 de outubro de 2025

A morte de John Wayne

John Wayne, nascido Marion Robert Morrison em 1907, foi um dos maiores astros do cinema de Hollywood, especialmente dos filmes de faroeste e de guerra.

A morte de John Wayne

John Wayne faleceu em 11 de junho de 1979, em Los Angeles, aos 72 anos, vítima de câncer.
Ele já havia enfrentado problemas graves de saúde antes: nos anos 1960, retirou um pulmão e duas costelas devido a um câncer de pulmão. Era fumante pesado, hábito que contribuiu muito para sua condição. Nos últimos anos, debilitado, lutou contra a doença até não resistir.

Foi sepultado no Pacific View Memorial Park, em Corona del Mar, Califórnia. Sua morte marcou profundamente o público norte-americano, que via nele um símbolo nacional.


O legado de John Wayne

O legado de John Wayne é vasto e ainda presente na cultura popular:

  • Ícone do western: Atuou em mais de 170 filmes, consolidando a imagem do cowboy corajoso, moralmente firme e defensor da justiça. Filmes como No Tempo das Diligências (1939), Rastros de Ódio (1956) e Bravura Indômita (1969) – que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator – são marcos do gênero.

  • Símbolo americano: Wayne foi visto como a personificação do espírito do "Velho Oeste" e dos valores tradicionais dos EUA, associado à bravura, independência e patriotismo.

  • Influência cultural: Sua figura inspirou gerações de atores, diretores e até políticos. Até hoje, seu jeito de andar, falar e se portar é imitado e referenciado em filmes, séries e literatura.

  • Reconhecimento: Em 1980, um ano após sua morte, o Congresso dos EUA concedeu-lhe a Medalha de Ouro do Congresso, uma das maiores honrarias civis do país.


👉 Em resumo: John Wayne morreu de câncer em 1979, mas deixou como legado a imagem eterna do cowboy e do herói americano, um dos maiores mitos do cinema clássico de Hollywood.

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Filmografia de John Wayne - Parte 1

Filmografia de John Wayne - Parte 1
John Wayne começou sua carreira na segunda metade da década de 1920, ainda sem destaque, muitas vezes como figurante não creditado. Seu primeiro papel creditado viria apenas em 1930 com A Grande Jornada (The Big Trail). Na década de 1920, Wayne apareceu apenas como figurante em algumas produções. Eis a lista conhecida:

Filmes de John Wayne na década de 1920

1926: 
Mocidade Esportiva
O Cavalheiro dos Amores
A Grande Emboscada

1927:
The Draw Black
Annie Laurie
Minha Mãe
Trunfo às Avessas
Spring Stars

1928: 
Quatro Filhos
A Home-Made Man
O Homem que Riu
Justiça do Amor
A Arca de Noé

1929:
Speakeasy
A Guarda Negra
Letra e Música
Em Continência
Gol! Gol!

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Clint Eastwood e o Western - Parte 4

Clint Eastwood e o Western - Parte 4
Depois do grande sucesso de seus filmes de faroeste rodados na Itália, Clint Eastwood voltou para a Califórnia. Ele tinha alguns planos, o mais ambicioso deles era criar sua própria companhia de filmes. Conversando com um amigo mexicano ele foi aconselhado a não fazer isso. O sujeito lhe disse que ele iria à falência em pouco tempo e que iria ficar mal, cheio de dívidas. Em sua língua espanhola ele falou para Clint que aquele era um mal paso (um mal passo) que ele iria dar em sua vida. 

Clint aproveitou a situação para dar o nome para sua empresa. Como forma de piada a chamou de Malpaso Productions, usando da mesma expressão que seu "amigo" havia dito em sua conversa. Clint então alugou um pequeno escritório e contratou uma secretária que no final das contas iria trabalhar com ele por décadas e décadas. Era o ano de 1967 e Clint tinha grandes ambições pela frente. 

A ideia de Clint era relativamente simples. Usando de sua fama conquistada no cinema europeu, ele iria aos grandes estúdios de Hollywood pedir um financiamento para a produção de seus próprios filmes. Iria dirigir, escrever os roteiros e produzir seus filmes. Depois com o filme pronto ele iria dar para o estúdio distribuir nos cinemas. Depois de alcançar o custo da produção, recuperando o investimento, o estúdio iria lhe repassar o lucro do filme, dividido meio a meio. 

Naquele tempo isso parecia ser ousado demais, entretanto o tempo iria demonstrar que era uma excelente forma para Clint fazer os filmes que queria, o tornando além disso um homem muito rico, dono dos direitos autorais de seus próprios filmes, uma maneira de fazer cinema que iria acompanhar toda a sua trajetória em Hollywood. Ele obviamente ainda iria fazer muitos filmes de faroeste, mas não queria se resumir a esse gênero. Queria fazer todos os tipos de filmes. E acabou assim se tornando uma verdadeira lenda na indústria cinematográfica. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Gary Cooper no Velho Oeste - Parte 2

Gary Cooper no Velho Oeste - Parte 2
Demorou um tempo para que Gary Cooper finalmente se tornasse um astro de cinema, com seu nome estampado em cartazes dos filmes e tudo o mais que estrelas tinham direito. Apenas alguns meses depois ele finalmente foi alçado a essa posição pela Paramount Pictures. O filme se chamava "Bandoleiro Romântico" (Arizona Bound). Era um faroeste de matinê, mas com toques de romantismo, como bem deixava claro o título da produção no Brasil. Cooper interpretava um cowboy chamado Dave Saulter. Ele vagava pelo velho oeste até chegar em uma pequena cidadezinha (velha fórmula dos filmes de western americano). 

Para seu azar chegava na cidade no mesmo dia em que estava sendo roubado do banco local um carregamento de ouro em uma diligência. Claro que tanto ouro assim chamaria a atenção de ladrões e bandoleiros. Cooper assim assumia a figura do mocinho bem intencionado, que salvava inclusive a sua nova amada, interpretada pela bela Betty Jewel, até que conseguisse recuperar o ouro roubado, prendendo todos os bandidos. Filme de praxe, bem de acordo com o que era produzido naqueles tempos. Acabou fazendo sucesso de bilheteria, firmando Cooper como nome comercialmente viável para os estúdios. Nascia mais um cowboy heroico das telas.

Em Hollywood, era normal a assinatura de um contrato com os estúdios com prazo de validade de 7 anos. Esse contrato poderia ter cláusula de exclusividade ou não, dependendo da habilidade do agente de cada ator. Ele assinou um contrato desse tipo com a Paramount e outros ao longo dos anos pois seus filmes renderiam ótimos bilheterias, se transformando em um astro de cinema da velha Hollywood.  Com o dinheiro, comprou uma bela mansão em Beverly Hills, um bairro que se tornaria exclusivo de pessoas que trabalhavam no mundo do cinema. Ele mandou aumentar a piscina para o padrão olímpico, pois adorava nadar. Também construiu um estábulo nos fundos da casa, pois investiu em sua própria criação de cavalos. Não confiava muito nos cavalos de estúdio e tinha medo de sofrer algum acidente mais sério nas cenas de ação, assim começou a ter sua própria criação de cavalos puro-sangue, todos importados da Arábia Saudita. Nessa casa ele viveria até o fim de seus dias. 

Os atores trabalhavam muito. Mal saíam das filmagens de um filme e já estavam em outro. Tudo feito de forma industrializada, a toque de caixa. Logo após "Bandoleiro Romântico" Cooper atuou em um drama chamado "Filhos do Divórcio". Ele não era o ator principal do filme (coube essa honra à atriz Clara Bow), mas tinha importância dentro da trama pois interpretava Edward D. 'Ted' Larrabee, um homem cujo coração estava dividido entre duas mulheres, uma delas o amor de sua adolescência. Seu personagem também tinha nuances psicológicas interessantes para um filme dessa época, pois no fundo não queria se casar por causa dos problemas que vivenciou como filho no casamento fracassado de seus próprios pais.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Audie Murphy e o Western - Parte 2

Audie Murphy foi um campeão de bilheteria das matinês. Ele estrelou uma longa série de filmes de faroeste que fizeram bastante sucesso. Nas telas ele geralmente interpretava o bom mocinho, muitas vezes até ingênuo e dono das melhores boas intenções. Uma imagem bem diferente do Audie da vida real. A inocência fora perdida em um dos conflitos mais sangrentos da história: a II Guerra Mundial. Audie era veterano de guerra e trazia muitas marcas psicológicas dentro de si por causa do que tinha vivenciado nos campos de batalhas da Europa.

Ele foi considerado um herói pelo exército americano por causa de um ato de bravura demonstrando durante uma batalha contra o exército alemão. Sua companhia foi cercada no meio de uma região de florestas. Seus companheiros de farda quase foram aniquilados completamente. Quem os salvou foi Audie, que usando uma metralhadora ponto 50 conseguiu matar inúmeros soldados nazistas. Isso lhe valeu inúmeras medalhas, mas nem elas compensavam os traumas que Audie Murphy levou para a vida civil depois que a guerra acabou.

Ele falou sobre isso timidamente durante uma entrevista nos anos 60. Ao jornalista que o entrevistava Audie explicou: "Eu poderia continuar no exército por longos anos se quisesse, mas depois da guerra e das coisas que vi pensei comigo mesmo que era o bastante para uma vida inteira. Eu presenciei coisas horríveis no campo de batalha e não tenho vergonha de dizer isso. Muitos dos meus amigos na companhia foram mortos e eles eram apenas garotos de 18 anos, mal saídos das cidadezinhas do interior onde nasceram. Eles nunca tiveram a chance de ter uma vida longa, de se casarem, terem filhos, etc. Ao invés disso morreram em algum buraco ou cratera de bomba na Europa ou no Pacífico. Essa sempre foi para mim a maior tragédia da guerra!".

Esses traumas não deixaram Audie nem mesmo após ele se tornar um ator de relativo sucesso. Muitos que trabalharam ao seu lado dizem que Murphy mantinha uma personalidade tendente a melancolia ou depressão. Quando não estava atuando procurava ficar sozinho, perdido em seus próprios pensamentos. Hollywood para ele era apenas uma forma de trabalho, além disso como costumava dizer: "Gosto dos filmes porque as balas são de mentirinha. Ninguém morre e no final do dia todos estão de volta seguros em suas casas. Exatamente o contrário do que vivi na II Guerra Mundial. Ali no campo de batalha não havia margem para o erro. Errar era fatal!".

Pablo Aluísio.